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Beth e Jennifer sabem que alguém está a monitorizar os seus e-mails de trabalho (toda a gente na redação sabe, é política da empresa). Mas, mesmo assim, não conseguem levar os avisos a sério. Insistem em enviar uma à outra e-mails hilariantes e intermináveis, em que discutem tudo sobre as suas vidas privadas.

Lincoln O’Neill não acredita no seu novo trabalho - ler os e-mails de outras pessoas. Quando se candidatou para "supervisor de segurança na Internet" imaginava-se a combater a pirataria ou a construir firewalls - e não a escrever relatórios entediantes sempre que um jornalista envia uma piada porca.

Um dia Lincoln depara-se com a correspondência de Beth e Jennifer e, apesar de saber que não a deveria ler, é incapaz de resistir às histórias cativantes. Quando finalmente se apercebe de que está perdidamente apaixonado por Beth, já é tarde demais para se apresentar. Como conseguiria ele sequer explicar?


Autor: Rainbow Rowell  
Editor: Edições Chá das Cinco (Maio, 2016)
Género: Romance > Young Adult
Páginas: 352
Original: Attachments (2011) 
 Bookworm Best Award Nominee (2014)


opinião
★★★✩✩

Lincoln está desiludido com o novo emprego: controlar o que o pessoal da redacção do jornal faz na Internet. É assim que começa a acompanhar a troca de e-mails entre Jennifer e Beth e, embora se auto-penalize imenso por isso, não consegue parar de os ler...seguindo bem de perto o que se passa na vida de ambas.

Os e-mails de Jennifer e Beth são motivo suficiente para ler o livro. Com uma abordagem super divertida as duas colegas vão discutindo vários aspectos das suas vidas pessoais, nunca abandonando o tom cómico, nem mesmo quando estão a conversar sobre tópicos sérios como o facto de Jennifer não querer ter o filho que o marido tanto deseja ou por namorado de Beth estar sempre a leste. Estas duas parecem realmente compreender-se uma à outra - são genuinamente amigas - não julgam as atitudes/decisões uma da outra, em vez disso esforçam-se por compreender e dar força à amiga... ou pô-la no sítio quando é preciso...

A ideia de alguém se apaixonar por outrém apenas através do que ela diz e da energia com que ela o faz é premissa para uma história bem interessante e, neste caso, cómica. Tal como Lincoln, começamos a criar uma imagem de Beth, a tentar imaginar como será e a inferir sobre outros aspectos da sua vida.

Os capítulos em que acompanhamos o ponto de vista de Lincoln não são tão engraçados como a troca de e-mails entre Jennifer e Beth, mas acabam por construir muito bem o personagem.Ao longo do livro, Lincoln evolui imenso, por fora e por dentro. Graças ao novo emprego, a novas amizades e à recuperação de amizades antigas (...e também aos conselhos da irmã), ele desapega-se finalmente da ex-namorada - Sam - que o trocou por outro há alguns anos. Antes, Lincoln estava como que parado na vida, sem avançar realmente para algum lado e com receio de o fazer. Beth e Jennifer também passam por algum crescimento pessoal: Beth abre finalmente os olhos para algo que todos já tinham percebido e Jennifer descobre que afinal a ideia de ser mãe pode não ser assim tão terrível.

Gostei muito de ler Anexos, não houve nem uma parte aborrecida, aliás: não queremos perder pitada do que se passa. A leitura é muito leve e rápida - descomprometida, agradável. Infelizmente o enredo é mais do que previsível: quando começa já sabemos como vai acabar (apenas com algumas variações pelo meio). Também lamento que Lincoln não tenha dado uma resposta definitiva a Sam; admitindo que é imaturo da minha parte, não gostei que os 'vilões' da história se tivessem safado sem grandes represálias.







"Reading the book was a brilliant experience, it was a reality away from reality. It was not a chick–flick because there was nothing cliché about this book. It was very unexpected in the best way possible." - Bookworm.30999 - The Guardian





Rainbow Rowell vive em Omaha, Nebrasca, com o marido e os dois filhos. Por vezes escreve sobre os adultos, e outras vezes sobre jovens, mas aborda sempre pessoas tagarelas, que erram e fazem asneiras e que se apaixonam. Quando não está a escrever, Rainbow lê banda desenhada, planeia viagens ao Disney World, e argumenta sobre coisas que na verdade não são muito relevantes no grande esquema do mundo.



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