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0 Uma Terra Chamada Liberdade | Opinião


Condenado à nascença a uma vida de escravidão, Mack McAsh vê-se forçado a trabalhar nas minas de carvão da Escócia, no ano conturbado de 1766. Porém, Mack não perde a esperança de ser livre. Inesperadamente, encontra uma aliada.

Lizzie Hallim é a bonita aristocrata rebelde e determinada que, apesar da sua condição, também se encontra aprisionada em intrigas e jogos de poder. Devido às ideias progressistas de Mack, Sir George, senhor das terras e dono da mina, dificulta-lhe a vida, obrigando-o a fugir. Num volte-face é Lizzie quem o ajuda. Os dois jovens não sabem que em breve a paixão será tão avassaladora no velho mundo como no novo.

Das minas de carvão da Escócia às sujas ruas da Londres, passando pelas plantações de tabaco na Virgínia, os dois enamorados querem apenas conquistar algo para as suas vidas: a liberdade.


Autor: Ken Follett  
Editor: Editorial Presença (Março, 2016) 
Género: Romance
Páginas: -
Original: A Place Called Freedom (1995) 


opinião
★★★★★
Pelo maravilhoso enredo, pelo interesse histórico do mesmo, pela excelente contextualização e pelas fantásticas personagens, este livro merece sem dúvida cinco estrelas. 

Malachi e Lizzie são prisioneiros do século XVIII, ele por ter nascido um escravo nas minas de carvão escocesas e ela por ter nascido mulher. Depois de Mack fugir da Escócia voltam a encontrar-se em Londres quando Lizzie casa com um dos filhos do proprietário da mina. Na capital, Mack começa a arranjar problemas por difundir as suas perigosas ideias sobre os direitos dos trabalhadores e sobre como a autoridade do governo devia vir do consentimento do povo, Ao chamar a atenção de homens importantes, Mack é vítima de uma cilada, julgado e condenado a ser transportado para uma colónia americana onde será vendido como escravo, juntamente com muitos outros criminosos. Lizzie viaja no mesmo barco, antecipando uma vida feliz e de liberdade na propriedade que o sogro passou para o marido na Virgínia. 
Assim, as vidas de Mack e Lizzie seguem a par como se os seus destinos estivessem ligados, ajudando-se um ao outro em várias ocasiões. 

Ken Follett criou uma viagem fantástica para os seus leitores. Não ficamos indiferentes perante as atrocidades que "presenciamos", pelas péssimas condições em que viviam homens, mulheres e crianças e pelo duríssimo trabalho diário que executavam em tempos em que as pessoas eram propriedade. 

O escritor aborda a instabilidade política na capital do império britânico e posteriormente a discussão que a soberania de Londres começa a gerar nas colónias, bem como as respectivas falhas que estavam a provocar insatisfação, afastamento à Coroa e à formação de um nível colonial político que viria a fazer-se ouvir. 

Sem dúvida que os personagens enriquecem muito o livro. Follett criou excelentes e odiosos vilões com a mesma capacidade que construiu heróis fantásticos, ligando o leitor aos mesmos através das terríveis provocações que os vemos passar. Não sendo perfeitos, Lizzie e Mack têm espaço para crescimento pessoal e é isso mesmo que presenciamos ao longo do livro, um amadurecimento de acordo com as experiências vividas.

Por vezes é necessário muita coragem para lutar pelo que se acredita ser correcto, pelo que se quer... e pela liberdade que se merece. 




Ken Follett nasceu a 5 de Junho de 1949, em Cardiff, no País de Gales, e licenciou-se em Filosofia no University College, em Londres. Começou a sua carreira como jornalista no South Wales Echo e, mais tarde, no London Evening News. Trocou a profissão de jornalista pela de editor e continuou a escrever no tempo livre. A sua primeira obra foi publicada em 1978 sob o título Eye of the Needle, um thriller que venceu o Edgar Award e deu origem a um filme. Vive em Londres com a mulher, a deputada Barbara Follett, e os seus dois Labrador retrievers. Tem estado associado a diversas associações para a promoção da literacia e da leitura; é membro da Welsh Academy e Fellow da Royal Society of Arts. Follett é um grande apreciador de Shakespeare e um músico amador.



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