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0 O Amor é Vermelho {Livros Fevereiro}


katherine Emerson nasceu para cumprir uma profecia secular, mas ela ainda não o sabe. No entanto, há um homem que o sabe: um assassino que persegue as mulheres da cidade de Nova Iorque, um monstro que os media apelidaram de Homem Foice devido à arma que utiliza para transformar os corpos das suas vítimas em telas para a sua arte perversa.

Ele rouba mais do que a vida das suas vítimas, e cada morte aproxima-o mais da mulher que tem de possuir custe o que custar.


Autor: Sophie Jaff   
Editor: Marcador (Fevereiro, 2016) 
Género: Thriller
Páginas: 360
Original: Love is Red (2015) 

opinião
✩✩

O pior que li este ano, até à data.
Normalmente, independentemente do género literário e mesmo partindo de conceitos difusos, uma história vai fazendo cada vez mais sentido à medida que vamos obtendo mais informações em relação à mesma. Isso não aconteceu comigo com O Amor é Vermelho, aliás, quanto mais lia, menos percebia.

Sophie Jaff misturou acontecimentos bíblicos com passagens eróticas, terror, romance, suspense, paranormal e aquilo que parece ser uma espécie de conto à la Grimm, narrado em simultâneo com o resto da história, mas sem ligação óbvia à mesma... e fê-lo de forma muito pouco consistente. As cenas "eróticas" roçam o ridículo e o romance é praticamente inexistente - que haja atracção entre Katherine e os personagens masculinos eu compreendo, mas romance?! Amor?! A ponto de decidir casar com um deles?!... Não me parece.
Ou isso ou o meu livro não tinha as folhas todas... o que, sinceramente, foi o que me pareceu muitas vezes.

A identidade do serial killer - o Homem Foice (...) - é tão previsível que as tentativas da autora para a ocultar e induzir-nos em erro se tornam anedóticas. O sobrenatural, que eu inicialmente preferia que estivesse simplesmente ausente mas que vim a aperceber-me, com grande desconsolo, que é afinal a base do enredo, é muito confuso, está mal fundamentado/explicado e, mesmo sendo este apenas o primeiro livro de uma trilogia, deixa demasiado por responder.

Admito que me pus a jeito de ser "enganada" uma vez que comprei este livro por impulso, sem ter lido sequer a sinopse. No entanto, lendo-a agora, sei que ficaria com esta impressão na mesma se tivesse lido o resumo antes da compra, uma vez que esta não nos informa sobre o que o livro é realmente.

Apesar de no início estar a gostar do livro, como já disse, a introdução do sobrenatural apanhou-me de surpresa e quando comecei a perceber (mais ou menos) os motivos e objectivos deste serial killer perdi gradualmente o interesse.

A narrativa alterna entre o ponto de vista de Katherine e o do assassino e aqui está um dos poucos pontos positivos que identifico no livro, o tom da narrativa é bastante diferente e a personalidade desequilibrada, maníaca e compulsiva do serial killer está bem impressa nas palavras que ele usa para descrever o que o rodeia e a sua própria acção.

Pouco ficamos a saber, na verdade, sobre qualquer um dos personagens. Por exemplo, nem sequer sei o que Katherine fazia profissionalmente - é possível que me tivesse distraído (coisa que não é difícil com este livro), mas tenho mesmo a ideia de que não é mencionado. Jaff opta por se centrar apenas nos homicídios e nas cenas pseudo-românticas e a caracterização dos personagens sofre muito com isso.

Há por aí thrillers tão bons, romances tão admiráveis e literatura fantástica tão notável que ressinto o tempo que perdi com este livro.


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