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0 Serões da Província | Opinião

opinião
★★★★ (4/5)
Serões da Província era o livro de Júlio Dinis que me faltava ler; mais uma vez somos brindados com uma prosa harmoniosa muito apreciável, descrições lindíssimas, opiniões interessantes e alguma crítica.

O livro divide-se em cinco histórias diferentes que, embora não extraordinárias, são interessantes o bastante e brilham pelo talento inegável de quem as escreveu.

A única coisa de que senti falta, embora não completamente ausente, foi do sentido de humor característico de Júlio Dinis.


Autor: Júlio Dinis
Editor: Publicações Europa-América (2007)
Género: Romance
Páginas: 220


Frases Preferidas
«tudo naquela fisionomia revelava sentimentos nobres e generosos, elevados brios, talvez uma excessiva sensibilidade, e um espírito fácil em impressionar-se; graves defeitos para quem desejar viver em paz neste mundo.» - p. 83

«os teus pensamentos são os meus, as tuas aspirações, são as minhas! Em qualquer direcção que elas te apontem, eu te acompanharei.» - p. 120

«Suscita-se às vezes sobre qualquer indivíduo uma opinião que se diz pública, somente porque cada qual em particular se não atreve a reconhecê-la por sua;» - p. 124

«Não há vício menos popular do que o da avareza, pela razão de serem poucos os que com ele lucram» - p. 126

«Por este tê-lo entendia-se dinheiro; é de facto o substantivo que mais elipses suporta; tão presente o trazem na ideia, que não necessita estar nas orações antecedentes, para ser subentendido.» - p. 132

«Não deve ser um martírio horrível vermo-nos de tal forma compreendidos por um gato e quase na sua dependência?» - p. 156

«A desgraça está quando se nasce pobre e se tem gostos e vaidade de rico. É a perda da criatura.» - p. 159

«Há reticências que são mais definitivas do que um ponto final.» - p. 162

«Porque sabido é que os disparates também encerram instrução» - p. 164

«A ignorância é sempre supersticiosa.» - p. 173

«essa involuntária ingratidão dos filhos, que mais parece uma lei a que obedecem os afectos humanos» - p. 181

«A influência sente-se: não se explica.» - p. 198

«Todas as invulnerabilidades são como a de Aquiles; há sempre um calcanhar que as atraiçoe.» - p. 199

«E o que julgo que nós todos devemos pedir a Deus é que não nos dê longa vida ao coração, se isto de paixões tem alguma coisa com ele, para que não seja o último a morrer.» - p. 217


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