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0 Onde Mora a Felicidade {Livros Julho}


Ao completar quarenta anos, Madame Wu leva a cabo a decisão que tomou há já algum tempo: comunica ao marido que, após vinte e quatro anos de casamento, não deseja ter mais contacto físico com ele, e pede-lhe que tome uma concubina para saciar os seus desejos carnais. A Casa Wu, uma das mais antigas e reverenciadas da China, é apanhada de surpresa e fica indignada com esta decisão, mas Madame Wu não se deixa dissuadir e escolhe uma jovem camponesa para tomar a sua vez no leito conjugal.

Elegante e distante, Madame Wu planeia esta alteração na sua vida da mesma forma como sempre geriu uma casa onde coabitam mais de sessenta familiares e criados. Tendo seguido o costume chinês de se casar com um homem escolhido pelos pais, e sido uma esposa perfeita em todos os aspetos, agora deseja libertar-se e viver apenas para satisfazer o seu espírito. Sozinha nos seus aposentos, aprecia a sua liberdade e a possibilidade de, finalmente, ler os livros que lhe estavam vedados. Quando o filho começa a ter lições de inglês, percebe que também ela gostava de aprender esta língua. E assim trava conhecimento com o irmão André, um estrangeiro com a mente à sua altura e que irá alterar a sua vida.


Autor: Pearl S. Buck  
Editor: Dom Quixote (Julho, 2015)* 
Género: Romance
Páginas: 432
Original: Pavilion of Women (1946) 
* Reedição


✏ PRÉMIO NOBEL DA LITERATURA 1938 

✏ Filha de um missionário que dedicou muitos anos de vida à tradução da Bíblia da língua grega para a chinesa, Pearl Buck passou, em consequência, a sua infância na China. Educada pela mãe e por um professor particular chinês, estudioso do confucionismo, aprendeu este idioma antes de poder falar inglês. Em 1907 foi enviada para um colégio interno em Xangai, onde estudou até 1909. Seguiu-se um período em que colaborou com uma associação de refúgio e apoio a prostitutas e escravas sexuais chinesas. Viajou depois para os Estados Unidos da América, com o intuito de prosseguir a sua educação, estudando Psicologia no Randolph-Macon Woman's College da Virgínia. Tendo recebido o seu diploma em 1914, regressou à China para ocupar o cargo de professora numa missão presbiterana, mas a sua mãe adoeceu gravemente, pelo que Pearl Buck teve que passar dois anos a cuidar dela. Quando esta conseguiu recuperar, Pearl Buck foi viver com o Dr. John Lossing Buck, um agrónomo com quem tinha casado pouco tempo antes, para uma aldeia no Norte da China. Em 1924 regressou aos Estados Unidos da América, em busca de auxílio médico especializado para a sua filha mais velha que sofria de um atraso mental. Recebeu a licenciatura em Literatura pela Universidade de Cornell em 1926. O casal tornou à China no ano seguinte, mas teve que ser evacuado pouco depois para o Japão, em consequência da eclosão da Guerra Civil Chinesa. Em 1930 publicou o seu primeiro romance, East Wind: West Wind, modestamente acolhido pela crítica. Seguiu-se-lhe The Good Earth (1931), romance original por conseguir conciliar uma prosa de tom bíblico com a estrutura das sagas narrativas chinesas. A obra seria vencedora de um Prémio Pulitzer, e tornada em filme em 1937. Em 1935 divorciou-se do primeiro marido para casar com o seu editor, Richard Walsh, com quem foi viver para a Pennsylvania. No ano seguinte, foi nomeada membro do Instituto Nacional das Artes e Letras norte-americano. Em 1938 tornou-se a primeira mulher norte-americana a ser alguma vez galardoada com o Prémio Nobel. Em 1939 publicou The Patriot, obra em que a autora deixava transparecer a sua desilusão quanto à possibilidade de cooperação entre os povos. Optou por se orientar para uma vertente mais humana, lutando pelos direitos e melhoria das condições das crianças asiáticas, muitas delas fruto de relações entre ocidentais e asiáticas, e assim estigmatizadas e abandonadas. Assim, dedicou algumas obras a essas relações inter-raciais, como The Angry Wife (1949) e The Hidden Flower (1952). Pearl Buck e o seu marido empreenderam esforços em favor de causas humanitárias, que culminaram com a criação da Fundação Pearl Buck. Após a morte de Richard Walsh, Buck deu início a uma relação com Ted Harris, um professor de dança cerca de quarenta anos mais jovem, e que veio a tomar conta da Fundação Pearl Buck. A autora faleceu a 6 de março de 1973, em Danby, no estado do Vermont. Pearl S. Buck. 

In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.



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