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0 As Minhas Leituras Maio 2015



  Percebo agora todo o mediatismo e sucesso que orbitam em redor dos nomes Agatha Christie e George R. R. Martin. No início de Maio comprei por impulso O Assassinato de Roger Ackroyd (ASA, 2011), o quarto livro da colecção Hercule Poirot, e gostei tanto que ainda não o tinha acabado e já tinha O Misterioso Caso de Styles (ASA, 2002) à espera na prateleira... Agatha Christie tornou-se o meu projecto a (muito) longo prazo.

  Gostei mais de O Assassinato de Roger Ackroyd (ASA, 2011) do que O Misterioso Caso de Styles (ASA, 2002) não só por achar o enredo mais curioso mas também porque, entre um livro e o outro, Christie teve tempo para melhorar o seu trabalho. Não obstante, ambos oferecem fantásticas horas de entretenimento de qualidade. 


  Como (super) fã da série televisiva não tenho desculpa para só agora ter começado a ler As Crónicas de Gelo e Fogo - pior (!), só comprei o pack com os dois primeiros livros pela mesquinhez de ter um bloco com o lobo dos Stark e a inscrição «O Inverno está a chegar»... Mas gostei muito dos dois livros, como já esperava; com uma prosa fantástica e realmente digna de nota, Martin nunca aborrece o leitor, pelo contrário, surpreende a cada capítulo. Esta é uma série que merece sem dúvida o nosso investimento... e o meu terceiro já vem a caminho!


  Para thrillers, este mês escolhi dois muito diferentes: Não Digas Nada de Mary Kubica e A Informacionista (TopSeller, 2014) de Taylor Stevens, são ambos bastante intrigantes e cheios de reviravoltas surpreendentes, embora Não Digas Nada (TopSeller, 2014) se adapte mais ao meu gosto pessoal.
  Cheio de acção, com uma heroína incomum, cenários inusitados e uma história em constante mudança, A Informacionista adquire um rumo imprevisível e intrigante - não me surpreende nada que esteja em processo de adaptação em filme... e vou seguramente ler o segundo livro desta série, intitulado Os Inocentes (TopSeller, 2014).
  O que me impressionou em Não Digas Nada foi a inteligente forma que a autora escolheu para narrar a sua história, dando dimensão às personagens enquanto alia suspense, romance e drama familiar. 


  Em Maio os romances ficaram um bocadinho de lado - infelizmente não tenho tempo para tudo
  Comprei Um Caso Perdido (TopSeller, 2014) pelo sucesso que fez entre os leitores. Confesso que não me interessei muito pelo romance entre os protagonistas mas gostei do mistério que envolve o passado de Sky. Esta inteligente combinação romance/mistério faz com que o livro agrade aos leitores mais novos sem desiludir completamente os mais velhos. 
  Por ter gostado imenso da forma esclarecida como Milan Kundera escreve, decidi ler O Livro dos Amores Risíveis (BIS, 2014), um conjunto de pequenas histórias aleatórias que acabam por se complementar. Roubando seriedade à vida, Kundera aborda o amor de forma bem disposta e cheia de humor mas também melancólica e nostálgica, explorando crises existenciais e dificuldades semeadas pelo desejo, o sexo e a dinâmica das relações entre amantes. Embora tenha apreciado mais umas histórias que outras, todas têm tópicos interessantes que conduzem à reflexão.
«todo o valor do ser humano reside naquela faculdade de se ultrapassar, de existir exterior a si mesmo, de existir noutro e para outro.»


  Em O Pai Goriot (Civilização, 2013), Honoré de Balzac retrata mais uma vez a degenerada sociedade parisiense do século XIX. Numa narrativa nada difícil de acompanhar, o autor passa por dramas familiares, tragédias económicas, esquemas criminosos, romances verdadeiros e aproximações oportunistas. Decidi ler este livro logo após ter lido A Rapariga dos Olhos de Ouro, por ter gostado tanto da prosa de Balzac. Além de ser mais um excelente retrato da época este é também um livro de conteúdo pertinente que nos provoca as ideias; quanto de nós mesmos estamos dispostos a comprometer para podermos «fazer parte de...»?! Este foi o meu preferido do mês!



  Em Maio houve ainda espaço para o livro mais nojento que já li. Cento e Vinte Dias de Sodoma (Antógona, 2000), a provocadora obra do Marquês de Sade... Tem sem dúvida a sua importância no mundo literário... mas por favor não o comprem antes de ler pelo menos dois ou três parágrafos para terem uma ideia daquilo em que se estão a meter...
«Pensa que há-de agradar a outros e sê filósofo» (p. 84)

 Até ao próximo mês!




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