Destaques

1 As Minhas Leituras - Janeiro 2015



29/Janeiro
  Passei uma semana muito divertida com 'Romance Atribulado' [Chá das Cinco, 2010]! Como todos os livros de Jill Mansell, este é um livro cheio de bom humor. Também com algum humor e igual dose de acção, 'Os 500' [Porto Editora, 2014] é um bom thriller para os fãs do género.


ROMANCE ATRIBULADO = 4*
  O tom irónico da escrita, aliado ao modo quase maquiavélico com que Mansell brinca com as suas personagens dá-nos a sensação de que tudo (!) pode acontecer a estes desgraçados, mantendo-nos agarrados à história, divertidos com cada desenvolvimento, a delirar com o embaraço alheio.



OS 500 = 3*
  Em 'Os 500' entramos com Mike Ford num mundo de corrupção e jogos perigosos. A personagem ganha dimensão conforme vamos alinhando as decisões do presente com o seu passado criminoso - manchado pelo crime. Um passado sobre o qual o próprio Mike deverá descobrir a verdade.
  Esta é uma narrativa cheia de acção e algum humor com um enredo relativamente interessante mas com alguns problemas a nível de desenvolvimento de conteúdo e caracterização de personagens. Sinceramente, não estava a ver este livro a ter continuação - e continuo com algumas dúvidas - mas tenho esperança que o autor acabe por criar uma sequela interessante. 



22/Janeiro
  Esta semana encontrei o meu menos preferido do mês até agora, 'Oficial e o Espião' [Presença, 2014] de Robert Harris, um thriller histórico que recria de modo muito convincente um dos mais famosos casos de corrupção judicial, o caso Dreyfus. Infelizmente, falhou em despertar o meu interesse.
  A par com este livro andei a ler o terceiro livro da série Belle de uma das nossas autoras preferidas: Lesley Pearse. 'És o Meu Destino' é, além de uma linda história de amor, um relato fantástico da vida em tempos de guerra. Li todos os livros desta autora já editados em Portugal e asseguro-vos: este último não desaponta!
  Ainda não vos mostrei o *oh-tão-fantástico* livrinho onde ando a apontar as minhas leituras deste ano! Comprei-o na Bertrand e não imagino um único leitor dedicado que não adorasse ter um! Tem o plano de leitura para cada mês do ano, e uma página para cada livro lido para colocarmos o título/autor/editor/ano de edição, bem como as datas de início e fim de leitura e possíveis comentários/citações. No final tem ainda folhas em branco para apontamentos. Gosto muito, muito dele e acho que é óptimo para quem gosta de se manter a par das leituras que faz! Mas o melhor de tudo é mesmo o texto na capa! Deixo aqui o endereço, para o caso de quererem espreitar! [link]



  Provavelmente por conhecer o desenvolvimento e o desfecho da história, esta falhou em despertar o meu interesse e, o que é ainda mais raro para mim, impediu-me de manter um ritmo de leitura dedicado. A falta de curiosidade e empatia pelas personagens fez com que me afastasse imenso do livro e, pior, quanto mais adiava a leitura, menos vontade tinha de a retomar. Não posso deixar de admitir que este livro é uma boa obra de ficção criada em cima da história verdadeira/oficial, com suposições credíveis e um exaustivo trabalho de investigação por trás.

Os meus livros de Lesley!
Para mim, o livro levou um bocadinho para justificar a sua existência entre os trabalhos de Lesley Pearse, mas acaba por compensar largamente esta demora. Tal como a mãe, Belle, que ficámos a conhecer nos livros anteriores, Mariette é uma lutadora, uma mulher cujo carácter acaba por ser moldado pelo sofrimento que a rodeia. No meio de milhares de viúvas e órfãos, onde quase toda a gente perdeu alguém, numa época de racionamento e escassez de quase tudo, Mariette esforça-se por fazer a diferença.
  Impedida de regressar a casa, a guerra acaba por obrigar Mariette a viver experiências que irão mudar a sua forma de ser e de pensar para sempre, mostrando-lhe, por vezes da pior forma possível, o que é verdadeiramente importante na vida.


15/Janeiro
Primeiros do ano!
  O ano está a começar relativamente bem se tiver em conta a qualidade dos livros que li... No entanto, como tenho estado doente, a quantidade deixa um bocadinho a desejar.
  Adorei, adorei, adorei (!) 'A Vidente', o 3º livro da série Joona Linna; tanto, que o 4º livro já está ali na secção 'por ler' da minha prateleira. O final deste 3º livro deixou-me muito entusiasmada para ler o próximo, 'O Homem da Areia'.
  Comecei o ano com 'A Princesa Branca', o 5º livro da série de ficção histórica Guerra dos Primos, de Philippa Gregory. Estou satisfeita por ter dado mais estes passos na História mas não fiquei deslumbrada por este livro, especialmente devido à narradora, Isabel de York; é realmente o próximo, ainda não traduzido, que me interessa: Henrique VIII.
  'Hitler - O Sonho do Führer, O Pesadelo do Mundo' foi uma óptima escolha para sair do género que estou habituada a ler e para começar a satisfazer a minha curiosidade sobre esta personagem histórica. 


A PRINCESA BRANCA = 3*
Colecção Guerra dos Primos
  A monarquia inglesa é um tema instintivamente apelativo. A autora executa um óptimo trabalho no preenchimento das lacunas históricas, apresentando teorias viáveis, desenvolvimentos atraentes e lançando uma luz interessante sobre as prováveis intenções destas personagens.
  O meu desagrado está precisamente na personagem escolhida para narrar este capítulo da História. O papel de Isabel de York é pouco activo e muito pouco determinante, o seu carácter insípido levou-me a perder rapidamente interesse por ela e pelo seu bem-estar. 
  Gostei do livro mas dada a minha falta de interesse por Isabel fiquei com a ligeira sensação que são 480 páginas a focar sempre os mesmos pontos...


HITLER - O SONHO DO FÜHRER, O PESADELO DO MUNDO = 4*
  Giulio Ricchezza faz um óptimo trabalho a perfilar esta figura histórica não apenas no campo político mas também no pessoal, sendo que o último acabou por condicionar enormemente o primeiro. Ao longo do livro vamos tentando compreender as motivações bem como os comportamentos e atitudes tão erráticos de Hitler, fazendo uma vã tentativa para perceber como é que as massas se deixaram intoxicar pela propaganda de um homem cuja falta de escrúpulos era tão dolorosamente óbvia, e ainda, tentando perceber de onde poderia vir tanta maldade e intransigência, que experiências decorridas ao longo do seu crescimento e formação podem ser apontadas como possíveis causas para as suas terríveis convicções e ideologias.
  Este é um bom livro para quem tem interesse na figura de Hitler, deixando, contudo, algumas questões por responder e pontos por abordar.


A VIDENTE = 5*
A dupla de autores que escreve sob o pseudónimo Lars Kepler é responsável pelos thrillers mais desinquietantes e enervantes que já li!
Com parágrafos curtos e capítulos pequenos, a leitura adquire um ritmo quase compulsivo. Os elementos doentios e aparentemente sobrenaturais que constituem a narrativa tornam o caso policial muito interessante e uma vez que o mistério é mantido até quase ao final, a nossa expectativa em relação ao desfecho não para de aumentar.

Depois da relativa desilusão que foi 'O Executor', este terceiro livro da série vem consolidar o talento dos autores para criarem thrillers de arrepiar!

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