Destaques

0 Fado - A Torcer o Destino {Livros Setembro}

  Um romance surpreendente que mistura o circo com histórias de loucos e os anos áureos de Salazar e da PIDE. Lisboa esta´ cheia de espiões e membros da nobreza europeia, de bordéis dos alemães à beira-rio e de carteiristas. Mas há um estranho e inexplicável presságio.
  Fátima é uma adolescente de treze anos que foi adotada e para quem a província é demasiado estreita. Por isso, foge com o circo para Lisboa, à procura de realizar os seus sonhos, mas acaba envolvida numa sofisticada organização criminosa denominada Os Fadistas. Entre espiões ingleses e alemães, descobre a sua verdadeira identidade e abre a porta para um destino longínquo que se vai revelar surpreendente.

Autor: José Brissos-Lino
Editor: Novos Autores (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 264

José Brissos-Lino é também autor de O Homem Que Vivia Para Trás.

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1 Sonhos Proibidos + Opinião

  Londres, 1910. Belle tem quinze anos e uma vida protegida. Graças aos cuidados da ama, ela nunca se apercebeu de que a casa onde vive é um bordel, regido com mão de ferro pela sua mãe. 
  Porém, a verdade encontra sempre maneira de se revelar... Para Belle, será no trágico dia em que assiste ao assassinato de uma das raparigas da casa. Ingénua e indefesa, ela fica à mercê do criminoso, que a rapta e leva para Paris, onde se inicia como cortesã. 
  Afastada do único lar que conheceu, a jovem refugia-se nas memórias de infância e acalenta o sonho de voltar aos braços do seu primeiro amor, Jimmy. Mas Belle já não é senhora do seu destino. Prisioneira da sua própria beleza, é alvo do desejo dos homens e da inveja das mulheres. Longe vão os anos da inocência e, quando é levada para a exótica e decadente cidade de Nova Orleães, ela acaba por apreciar o estilo de vida que o Novo Mundo tem para lhe oferecer. Mas o luxo e a voluptuosidade que a rodeiam não mitigam as saudades que sente de casa, e Belle está decidida a tomar as rédeas da sua vida. Um sonho que pode ser-lhe fatal pois há quem esteja disposto a tudo para não a perder. 
  No seu caminho, como barreiras fatais, erguem-se um continente selvagem e um oceano impiedoso. Conseguirá o poder da memória dar-lhe forças para sobreviver a uma viagem impossível?


Autor: Lesley Pearse
Editor: Edições ASA (Novembro, 2012)
Género: Romance
Original: Belle (2011)

Continua em...
A Promessa

Opinião:

Dramático, intenso, comovente, absorvente, enervante e revoltante - dos trabalhos de Lesley Pearse editados até à data em Portugal, Sonhos Proibidos é agora um dos meus preferidos!

Aos 15 anos, Belle é raptada e vendida para prostituição forçada, mas Belle é uma daquelas extraordinárias personagens que ficam connosco muito depois de terminado o livro, uma mulher que não se deixa vencer por muito que a tentem derrubar, que reconhece que os seus dias de inocência chegaram irreversivelmente ao fim e que terá que garantir a sua sobrevivência e bem-estar a todo o custo.

Assim, Pearse leva-nos a visitar lugares sujos, com pessoas mais sujas ainda, a testemunhar a perversidade humana, sentido a constante ameaça que paira sobre Belle, o que confere à leitura uma premência enervante.

Esta é definitivamente uma história especial, que vale a pena ser lida, bem elaborada e bem desenvolvida. Adorei a tenacidade da heroína, a sua audácia, inconformismo e força de vontade; roguei por justiça, por uma única oportunidade de fuga, por alguém que a ajudasse realmente; revoltei-me contra a crueldade e falta de valores morais. Toda esta enxurrada de emoções, leva-me a recomendar Sonhos Proibidos tanto a quem já está familiarizado com os livros de Lesley Pearse, tanto como introdução ao seu trabalho.

Mal posso esperar para continuar a acompanhar a saga de Belle no próximo livro, ainda para mais tendo em conta o interessantíssimo período histórico que irá atravessar!


✏ A história de 'Sonhos Proibidos' continua em 'A Promessa'

✏ A filha de Belle, Mariette, é a protagonista do livro 'És o Meu Destino'.

Livros de Lesley Pearse Editados em Portugal:

A PromessaSonhos ProibidosNunca Digas AdeusNunca Me EsqueçasProcuro-teSegue o Coração



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1 A Segunda Morte de Anna Karénina {Livros Setembro}

 Violante tinha, desde criança, um talento raro para a representação e, com a ajuda de Luis Henrique, um grande actor com quem acabou por se casar, tornou-se uma das mais aplaudidas actrizes portuguesas do princípio do século XX. Contudo, os que a vêem brilhar e afirmar o seu génio no palco dos maiores teatros nacionais desconhecem o terrível segredo que minou a sua vida e levou para longe o marido numa noite que podia ter acabado em tragédia. 
  Agora, que Violante visita, longe da multidão, o jazigo de Rodrigo - um jovem oficial português caído na guerra das trincheiras em França -, espera finalmente sentir o desgosto da mãe que não chegou a ser, mas descobre que o filho que não criou carregava, afinal, no peito um peso tão grande ou maior do que o seu. E, com o espectro das recordações que essa revelação desencadeia, regressa também inesperadamente o próprio Luís Henrique, desejoso de obter, ao fim de tantos anos, a resposta que Violante não lhe pôde dar. O problema é que, numa conversa entre dois actores de excepção, nunca se sabe exactamente o que é verdade. 
  A Segunda Morte de Anna Karénina é um romance sobre o amor sem limites, a traição e os custos da vingança - e também uma obra arrojada sobre as tensões homossexuais reprimidas, sobre as vidas desperdiçadas de tantos portugueses na Primeira Guerra Mundial e sobre as diferenças - se é que existem - entre o teatro e a vida real.

Editor: Oficina do Livro (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 224

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0 A Infância de Jesus {Livros de Setembro}

  Depois de cruzarem oceanos, um homem e um rapaz chegam a uma nova terra onde recebem um nome e uma idade, são alojados num campo enquanto aprendem espanhol, a língua do seu novo país. 
  Agora chamados Simón e David, dirigem-se ao centro de realojamento da cidade de Novilla, onde os funcionários são corteses, mas não necessariamente prestáveis. Simón arranja emprego. O trabalho é invulgar e extenuante, mas ele não tarda a estabelecer relações com os seus colegas estivadores, que nas horas vagas mantêm diálogos filosóficos sobre a dignidade do trabalho e de uma maneira geral se afeiçoam a ele. Assume então a incumbência de localizar a mãe de David. 
  Embora, como todos os que chegam a este novo país, ele pareça estar limpo de todos os vestígios de recordações, tem a convicção de que a reconhecerá quando a vir. E, efectivamente, ao passear pelo campo com o rapaz, vislumbra uma mulher que tem a certeza de tratar-se da mãe dele, persuadindo-a a assumir esse papel. A mãe de David vem a aperceber-se de que está em presença de uma criança excepcional, de um rapaz inteligente e sonhador, com ideias muito invulgares sobre o mundo. As autoridades académicas, porém, detectam nele um traço de rebeldia e teimam em que seja enviado para uma escola especial distante. A mãe recusa-se a entregá-lo e é Simón que tem de conduzir o automóvel durante a fuga do trio pelas montanhas.

Autor: J. M. Coetzee (NOBEL LITERATURA 2003)
Editor: Dom Quixote (Setembro, 2013)
Género: Romance (ler mais sobre o livro num artigo do New York Times)
Páginas: 328
Original: The Childhood of Jesus (2013)

Sobre o autor...
  O escritor sul-africano, de origem boer, John Maxwell Coetzee nasceu na Cidade do Cabo, onde viveu grande parte da sua vida, residindo actualmente em Adelaide, Austrália, para onde foi depois da polémica que se seguiu à publicação de A Desgraça (1999).
  Autor de vários livros (romances e ensaios), a maior parte deles traduzidos em português (entre eles A Vida e o Tempo de Michael K., com o qual recebeu pela primeira vez o Booker Prize, em 1983, À Espera dos Bárbaros, A Ilha, A Idade do Ferro, A Desgraça, Booker Prize em 1999, ou o ensaio Vidas dos Animais), é também professor de Literatura. Um dos maiores romancistas da língua inglesa dos nossos dias, já quando o Nobel foi atribuído em 1991 à também sul-africana Nadine Gordimer, muitas vozes se levantaram defendendo que deveria ser Coetzee já nessa altura a recebê-lo. A sua escrita (com influências de Dostoievski, sobretudo na forma de encarar a culpa, e Kafka) é de uma grande radicalidade. A Academia, ao atribuir-lhe o prémio, realçou: "Ao mesmo tempo [Coetzee] é um céptico escrupuloso, implacável na sua crítica ao racionalismo cruel e à moral de cosmética da sociedade ocidental."
  Muito reservado, não gosta das luzes da fama e dá raramente entrevistas. Não compareceu na cerimónia de entrega do Booker em 1999 (já tinha feito o mesmo em 83), tendo preferido ficar em Chicago onde estava a dar aulas por uma semana.

Livros de J. M. Coetzee...
A Infância de Jesus - 2013 Dom Quixote
Desgraça - 2010 Dom Quixote 
Verão - 2010 Dom Quixote
Diário de Um Mau Ano - 2008 Dom Quixote
O Homem Lento - 2008 Dom Quixote
A Vida e o Tempo de Michael K - 2007 Dom Quixote
No Coração Desta Terra - 2005 Dom Quixote
Elizabeth Costello - 2004 Dom Quixote
O Mestre de Petersburgo - 2004 Dom Quixote
A Idade do Ferro - 1995 Dom Quixote
A Ilha - 1993 Dom Quixote
À Espera dos Bárbaros - 1986 Dom Quixote

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0 O Lago Avesso {Livros Setembro}

  Ella Bouhart, coreógrafa consagrada, vive num sexagésimo quarto andar, no centro de uma
metrópole, de onde avista um enorme jardim, ao fundo do palco, observa a cada dia as diferentes tonalidades de um lago. 
  Esse lago representa o seu horizonte, até onde não é capaz de ir, os territórios da sua vida que se sente incapaz de ocupar. Isso, e o seu avesso.

Autor: Joana Bértholo
Editor: Caminho (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 384
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✏ Joana Bértholo chega a Lisboa em 82, à Índia em 2003, a Berlim em 2007, a Buenos Aires em 2009, e a Sevilha em 2012. Chega a estudar Design, chega a escrever uma tese de mestrado sobre práticas artísticas de intervenção social mas segue direto para o doutoramento em Estudos Culturais. Embora muito jovem (n. 1982) recebeu já os seguintes prémios: 
- Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho (Câmara Municipal de Loures, 2009) com o livro Diálogos para o Fim do Mundo (Editorial Caminho, 2010) 
- 1.º lugar no Concurso Literário Persona (2006) 
- Prémio Jovens Criadores - Literatura (Clube Português de Artes e Ideias, 2005) 
- Prémio Jovens Criadores 2005 com o texto Boa- Nova 
- Prémio Escrevendo a Partir da Pintura (Fundação Calouste Gulbenkian, 2000)

Inventário do Pó - Editorial Caminho 2015  O Lago Avesso - Editorial Caminho 2013 Havia - Editorial Caminho 2012 Diálogos para o Fim do Mundo - Editorial Caminho 2010


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0 O Jogo do Reverso {Livros Setembro}

  «Os seus contos parecem, a uma primeira leitura, pequenos fragmentos de vida, encruzilhadas existenciais, retratos de viajantes irónicos e desesperados. Mas uma turbulência instala-se. E as histórias de Tabucchi transformam-se numa reflexão sobre o acaso e a escolha, como uma tentativa de observar os interstícios que atravessam a trama dos destinos›› Bernard Comment, Le Figaro

Autor: Antonio Tabucchi
Editor: Dom Quixote (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 312

Sobre o autor...
  Escritor italiano nascido em 1943, em Pisa. Tendo sido professor de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Génova, foi director do Istituto Italiano di Cultura em Lisboa. 
  Dedicado ao estudo da figura de Fernando Pessoa, produziu ensaios sobre este autor e traduziu obras suas. Paralelamente à sua actividade de pesquisa e crítica literária, tem criado uma notável obra como ficcionista, de onde se destacam Donna di Porto Pim (A Mulher de Porto Pim, 1983), Notturno Indiano (Nocturno Indiano, 1984), Piccoli Equivoci Senza Importanza (Pequenos Equívocos sem Importância, 1985) e Sostiene Pereira (Afirma Pereira, 1994). Esta última deu origem ao filme com o mesmo nome, realizado por Roberto Faenza e filmado em Portugal. 
  Faleceu em Lisboa, a 25 de março de 2012. Em 2001, um artigo que escreveu para o jornal fancês Le Monde e que foi traduzido pelo jornal espanhol El País (acerca da liberdade de expressão), fez com que António Tabucchi fosse galardoado com o Prémio de Liberdade de Expressão Josep Maria Llado, na Catalunha, em Espanha.

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0 Americanah

 Ainda adolescentes, Ifemelu e Obinze apaixonam-se. A Nigéria vive dias sombrios sob o jugo de uma ditadura militar e quem pode abandonar o país fá-lo rapidamente. Ifemelu, bela e ousada, vai estudar para os Estados Unidos. Para trás, deixa o país, a família e Obinze, a quem chama Teto, um nome que testemunha uma intimidade absoluta e irrepetível. 
   Obinze, introvertido e meigo, planeava juntar-se-lhe, mas a América do pós-11 de setembro fecha-lhe as portas. Sem nada a perder, ele arrisca uma vida como imigrante ilegal em Londres. Anos mais tarde, na recém-formada democracia nigeriana, Obinze é um homem rico e poderoso. 
   Nos Estados Unidos, Ifemelu também vingou: é autora de um blogue de culto. Mas há algo que nem a América nem o tempo conseguem apagar. E quando decide regressar à Nigéria, Ifemelu terá de reinventar uma linguagem comum com Obinze e encontrar o seu lugar num país muito diferente do que guardou na memória. 
   Nome maior da literatura contemporânea, Chimamanda Ngozi Adichie disseca conceitos fundamentais tais como identidade, nacionalidade, raça, diferença, solidão e amor. Americanah parte de uma história de amor para construir um romance de ideias tão universal quanto implacável. Uma incontestada obra-prima.

Autor: Chimamanda Ngozi Adichie
Editor: Dom Quixote (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 720
Original: Americanah (2013)

Sobre a Autora...
   Chimamanda Ngozi Adichie nasceu na Nigéria, em 1977, tendo ido estudar para os Estados Unidos aos dezanove anos. Os seus contos apareceram em diversas publicações e receberam inúmeros galardões como o da BBC Short Story Competition em 2002 e o O. Henry Short Story Prize em 2003. 
   A Cor do Hibisco, o seu primeiro romance, foi distinguido com o Hurston/Wright Legacy Award 2004 e o Commonwealth Writers’ Prize 2005, tendo também sido finalista do Orange Broadband Prize 2004 e nomeado para o Man Booker Prize 2004. Meio Sol Amarelo, já publicado pela ASA, venceu, em 2007, o Orange Broadband Prize, o Anisfield-Wolf Book Award e o PEN "Beyond Margins Award". 
   A escritora foi também distinguida, em 2008, com um Future Award na categoria de Jovem do Ano e recebeu uma bolsa da MacArthur Foundation, considerada a "bolsa dos génios", no valor de 500 mil dólares. A sua obra encontra-se traduzida em trinta e uma línguas.


Livros de Chimamanda Ngozi Adichie...
Americanah - 2013 Dom Quixote
A Coisa à Volta do teu Pescoço - 2012 Dom Quixote 
A Cor do Hibisco - 2010 Edições Asa 
Meio Sol Amarelo - 2009 Edições Asa

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3 200


E já somos 200!

   Temo-nos vindo a reunir aos pouquinhos aqui no blogue, em redor de uma paixão que creio nos ser comum: OS LIVROS!

   Este post serve exactamente para agradecer a todos os que se juntaram a mim ao longo deste ano e pouco!

   ...e este espacinho que criei com tanto carinho e me esforço por melhorar a cada dia, já não é só meu, é nosso! Portanto, as vossas participações são mais do que bem vindas: opiniões, críticas, sugestões, novas ideias, o que quiserem!
  

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0 O Lobo das Estepes

   Originalmente publicado em 1929, O Lobo das Estepes continua a marcar a nossa alma como um clássico da literatura moderna. 
   Harry Haller é o lobo das estepes: selvagem, estranho, tímido e alienado da sociedade. O seu desespero e desejo pela morte atraem-no para um submundo encantado e sombrio. Através de uma série de encontros obscuros - alternadamente românticos, bizarros e selvagens - o misantropo Haller começa gradualmente a redescobrir os sonhos perdidos da sua juventude. 
   Este retrato acelerado de um homem que se sente ele próprio meio-humano, meio-lobo tornou-se a bíblia da contracultura da década de 1960, capturando o humor de uma geração descontente e continua, até hoje, a ser uma história de alienação e redenção humana.

Autor: Hermann Hesse (NOBEL LITERATURA 1946)
Editor: Dom Quixote (Outubro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 268
Original: Steppenwolf (1927)

Sobre o autor...

  Romancista e poeta alemão, Hermann Hesse nasceu em 1877 na pequena cidade de Calw, na orla da Floresta Negra e no estado de Wüttenberg. Como os pais depositavam esperanças no facto de Hermann Hesse poder vir a seguir a tradição familiar em teologia, enviaram-no para o seminário protestante de Maulbronn, em 1891, mas acabou por ser expulso. Passando a uma escola secular, o jovem Hermann tornou a revelar inadaptação, pelo que abandonou os seus estudos. 
   Hermann Hesse começou depois a trabalhar, primeiro como aprendiz de relojoeiro, como empregado de balcão numa livraria, como mecânico, e depois como livreiro em Tübingen, onde se teria juntado a uma tertúlia literária, "Le Petit Cénacle", que teria, não só grandemente fomentado a voracidade de leitura em Hesse, como também determinado a sua vocação para a escrita. Assim, em 1899, Hermann Hesse publicou os seus primeiros trabalhos,Romantischer Lieder e Eine Stunde Hinter Mitternacht , volumes de poesia de juventude. 

   Depois da aparição de Peter Camenzind, em 1904, Hesse tornou-se escritor a tempo inteiro. Na obra, reflectindo o ideal de Jean-Jacques Rousseau do regresso à Natureza, o protagonista resolve abandonar a grande cidade para viver como São Francisco de Assis. O livro obteve grande aceitação por parte do público. 
   Em 1911, e durante quatro meses, Hermann Hesse visitou a Índia, que o teria desiludido mas, em contrapartida, constituído uma motivação no estudo das religiões orientais. No ano seguinte, o escritor e a sua família assentaram arraiais na Suíça. Nesse período, não só a sua esposa começou a dar sinais de instabilidade mental, como um dos seus filhos adoeceu gravemente. No romance Rosshalde (1914), o autor explora a questão do casamento ser ou não conveniente para os artistas, fazendo, no fundo, uma introspecção dos seus problemas pessoais. 
   Durante a Primeira Guerra Mundial, Hesse demonstrou ser desfavorável ao militarismo e ao nacionalismo que se faziam sentir na altura e, da sua residência na Suíça, procurou defender os interesses e a melhoria das condições dos prisioneiros de guerra, o que lhe valeu ser considerado pelos seus compatriotas como traidor. 
Finda a guerra, Hesse publicou o seu primeiro grande romance de sucesso,Demian (1919). A obra, de carácter faustiano, reflectia o crescente interesse do escritor pela psicanálise de Carl Jung, e foi louvada por Thomas Mann. Assinada nas primeiras edições com o nome do seu narrador, Emil Sinclair, Hesse acabaria por confessar a sua autoria. Deixando a sua família em 1919, Hermann Hesse mudou-se para o Sul da Suíça, para Montagnola, onde se dedicou à escrita de Siddharta (1922), romance largamente influenciado pelas culturas hindu e chinesa e que, recriando a fase inicial da vida de Buda, nos conta a vida de um filho de um Bramane que se revolta contra os ensinamentos e tradições do seu pai, até poder eventualmente encontrar a iluminação espiritual. A obra, traduzida para a língua inglesa nos anos 50, marcou definitivamente a geração Beat norte-americana. 
   1919 foi também o ano em que Hesse travou conhecimento com Ruth Wenger, filha da escritora suíça Lisa Wenger e bastante mais nova que o autor. O escritor renunciou à cidadania alemã, em 1923, optando pela suíça. Divorciando-se da sua primeira esposa, Maria Bernoulli, casou com Ruth Wenger em 1924, tendo o casamento durado apenas alguns meses. Dessa experiência teria resultado uma das suas obras mais importantes, Der Steppenwolf (1927). No romance, o protagonista Harry Haller confronta a sua crise de meia-idade com a escolha entre a vida da acção ou da contemplação, numa dualidade que acaba por caracterizar toda a estrutura da obra. 
   Em 1931 voltou a casar, desta feita com Ninon Doldin, de origem judaica. Com apenas quatorze anos, havia enviado, em 1909, uma carta a Hermann Hesse, e desde então a correspondência entre ambos não mais cessou. Conhecendo-se acidentalmente em 1926, foram viver juntos para a Casa Bodmer, estando Ninon separada do pintor B. F. Doldin, e a existência de Hesse ter-se-à tornado mais serena. 
   Durante o regime Nacional-Socialista, os livros de Hermann Hesse continuaram a ser publicados, tendo sido protegidos por uma circular secreta de Joseph Goebbels em 1937. Quando escreveu para o jornal pró-regime Frankfürter Zeitung, os refugiados judeus em França acusaram-no de apoiar os Nazis. Embora Hesse nunca se tivesse abertamente oposto ao regime Nacional-Socialista, procurou auxiliar os refugiados políticos. Em 1943 foi finalmente publicada a obra Das Glasperlernspiel, na qual Hesse tinha começado a trabalhar em 1931. Tendo enviado o manuscrito, em 1942, para Berlin, foi-lhe recusada a edição e o autor foi colocado na Lista Negra Nacional-Socialista. Não obstante, a obra valer-lhe-ia o prémio Nobel em 1946.
   Após a atribuição do famoso galardão, Hesse não publicou mais nenhuma obra de calibre. Entre 1945 e 1962 escreveria cerca de meia centena de poemas e trinta e dois artigos para os jornais suíços. 
   A nove de Agosto de 1962, Hermann Hesse veio a falecer, aos oitenta e cinco anos, durante o sono, vítima de uma hemorragia cerebral.

Livros de Hermann Hesse
Contos Maravilhosos - 2014 Dom Quixote
Siddhartha - 2012 BIS
Viagem ao País da Manhã - 2011 Cavalo de Ferro
Uma Biblioteca da Literatura Universal - 2010 Cavalo de Ferro
Contos Maravilhosos - 2009 Difel
Elogio da Velhice - 2009 Difel
Contos de Amor - 2009 Difel
Narciso e Goldmund - 2009 Guimarães Editores
O Último Verão de Klingsor - 2009 Guimarães Editores
As Mais Belas Histórias - 2008 Editorial Notícias
Noite no Lago - 2007 Difel
Regresso a Casa - 2006 Difel
Contos Sublimes - 2006 Difel
Ainda da Felicidade - 2005 Difel
Da Felicidade - 2004 Difel
Deambulações Fantásticas - 2003 Difel
Música - 2003 Difel
O Jogo das Contas de Vidro - 2003 Dom Quixote
Knulp - 2002 Difel
Robhalde - 2002 Difel
Contos de Amor - 2001 Difel
Gertrud - 2001 Difel
Hans - 2001 Difel
Aquista - 1997 Difel

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1 A Dominadora {Livros Setembro}

A história real de uma dominadora portuguesa

A história real de uma dominadora portuguesa. Ana tinha doze anos quando os pais a arrastaram para uma exposição em Coimbra. Queria ir para a praia, com os amigos, mas em vez disso descobriu-se no Palácio da Inquisição. A exposição, sobre instrumentos de tortura, mudou-lhe a vida para sempre. Enquanto desfilava entre cadeiras de pregos medievais, cordas, correntes e ganchos retorcidos, uma estranha excitação começou a apoderar-se dela: sentia-se em casa. Foi um momento de revelação. Tudo começava a fazer sentido para aquela adolescente que desde cedo tinha embarcado num mundo de fantasia ao contrário. Nas suas brincadeiras não havia príncipes nem princesas - os Ken eram tratados como escravos por Barbies implacáveis, que os amarravam e chicoteavam sem piedade. Ana cresceu a esconder esse segredo - e a enfrentar as humilhações dos colegas da escola, que não lhe perdoavam o excesso de peso. Mas no seu mundo privado, no reino do sado- masoquismo, começava ela a ditar as regras. Teve o primeiro encontro, o primeiro submisso, a primeira sessão de dominação. Aos poucos mergulhou nesse mundo paralelo, feito de encontros com sabor ilícito, candidatos a submissos, festas de BDSM. Ana, a discreta engenheira, emagrecera, perdera os medos, tinha agora outra vida e outro nome: era a Cruela, uma dominadora respeitada, poderosa.

Autor: Ana C. Cruela
Editor: Lua de Papel (Setembro, 2013)
Género: Erótico
Páginas: 184

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0 A Casa Redonda {Livros Setembro}

   A Casa Redonda é um romance brilhante, uma obra-prima da ficção literária. Vencedor do National Book Award de 2012 e eleito um dos melhores romances do ano por diversas publicações, este livro fala de sentimentos poderosos e lança nova luz sobre a maneira como a maturidade pode alterar a relação entre pais e filhos.
   Erdrich aborda o amor, o ressentimento, a necessidade e as obrigações que unem as famílias. A autora abarca neste livro o trágico, o cómico, um mundo espiritual bem presente nas vidas das suas personagens tão humanas, e uma história sobre um caso de injustiça que, infelizmente, é um reflexo do que acontece hoje no nosso mundo.

Editor: Clube do Autor (Setembro, 2013)
Género: Romance (National Book Award 2012)
Páginas: 348
Original: The Round House (2012)

   Louise Erdrich é também autora de Vida de Sombras, editada em 2012 pela editora Clube do Autor. Neste livro, Erdrich revela o lado mais sombrio de uma relação amorosa, através da história de uma mulher que decide manipular o marido, ciumento e controlador, através do seu diário ficcionado.

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0 E Tudo Era Possível {Livros Setembro}

   José Jorge Letria partilha neste livro momentos únicos da História de Portugal com a paixão e o olhar distanciado de quem teve a ventura de testemunhar e de participar em acontecimentos que marcaram este país num período de viragem. 
   O encontro com José Afonso, as listas negras da PIDE, os sopros de liberdade de Paris, a noite que anuncia a Revolução de Abril, o regresso dos exilados, Angola depois da independência, a geração de jovens que deu o seu melhor em cada dia que passava. 
   Eis as histórias de uma vida que seguem a marcha da História de Portugal, desde o final da década de 60 até aos alvores da década de 80 do século XX.

Editor: Clube do Autor (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 304


Sobre o Autor...
     José Jorge Letria nasceu em Cascais em 1951. 
   Estudou Direito e História e é pós-graduado em Jornalismo Internacional. Com dezenas de livros publicados em diversas áreas, foi distinguido com importantes prémios literários nacionais e internacionais. É um dos mais destacados nomes da literatura infanto-juvenil em Portugal e autor de programas de rádio e televisão. Está traduzido em várias línguas. 
   Integrou, com José Afonso, Adriano e Manuel Freire, entre outros, o movimento da canção de resistência, tendo sido agraciado em 1997 com a Ordem da Liberdade. 
   Foi, durante oito anos, vereador da Cultura da Câmara de Cascais. É, desde Janeiro de 2011, presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. 
   É coautor, com José Fanha, de várias antologias de poesia portuguesa.

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3 Uma Vida ao Teu Lado

   Quando Sophia Danko conhece Luke, algo dentro dela muda para sempre. Luke é muito diferente dos homens ricos e privilegiados que a rodeiam. Através dele, Sophia conhece um mundo mais genuíno e puro do que o seu, mas também mais implacável. Ela tem uma vida protegida. Ele vive no limite. À medida que se descobrem e apaixonam, Sophia encara a possibilidade de um futuro diferente do que tinha imaginado. Um futuro que Luke tem o poder de reescrever... se o segredo que o atormenta não os destruir a ambos. 
   Não muito longe, algures numa estrada escura, um desconhecido está em apuros. Ira Levinson tem 90 anos e acabou de sofrer um acidente de carro. Ao tentar manter-se consciente, Ira sente a presença de Ruth, a sua mulher que morreu há 9 anos, materializar-se a seu lado. Ela encoraja-o a lutar pela vida, relembrando a história de amor que os uniu. Ira sabe que Ruth não pode estar no carro com ele mas agarra-se às suas delicadas memórias, revivendo as tristezas e alegrias que definiram a sua paixão. 
   Ira e Ruth. Sophia e Luke. Dois casais com pouco em comum, cujas vidas vão cruzar-se com uma intensidade inesperada nesta celebração do poder do amor e da memória. 
   Uma viagem extraordinária aos limites mais profundos do coração humano pela mão de Nicholas Sparks.

Edição Especial com a Capa do Filme

Editor: Edições ASA (Setembro, 2013)
Género: Romance
Páginas: 448
Original: The Longest Ride (2013)


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0 Uma Viagem Espiritual



«David nunca esqueceria aquele Verão. Era então um rapazinho, que acabara de perder a sua irmã adorada e, na verdade também, a sua melhor amiga. Depois da morte da mãe, anos antes, ela era a fonte da sua alegria de viver. E agora que a perdera, o jovem índio mergulhara num desespero sombrio e o seu pai começara a inquietar-se, pois conhecia o terrível poder destrutivo desse sentimento. Tinham sido anos muito duros, aqueles... Felizmente, àquela família índia, discriminada pelos novos americanos, restava ainda o poderoso legado das suas tradições ancestrais. O pai viu o pesar que consumia o filho e compreendeu. Entregou-lhe o rolo de pele pintado à mão, puído pelo decorrer do tempo. Daquelas imagens e símbolos emanava uma força misteriosa. Foi esse o ponto de partida para uma estranha viagem, que mudou para sempre a vida de David. 
Esta história, inspirada na cultura dos índios Lakota é produto de uma co-autoria particularmente feliz. Mundialmente conhecido a partir das Olimpíadas de 1964, Billy Mills foi, ele próprio, tema inspirador de um filme que ficou célebre: Running Brave.»


Editora: Editorial Presença (2004)

N.º de Páginas: 132

Título Original: Wokini: A Lakota Journey to Happiness and Self-Understanding  (1999)


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