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0 Exumação de Pablo Neruda

A exumação dos restos mortais de Pablo Neruda foi realizada esta segunda-feira, como parte da investigação sobre a sua morte, há quase quarenta anos atrás.

Pablo Neruda faleceu de forma repentina 12 dias após o golpe militar de 11 de Setembro de 1973 que colocaria Pinochet no poder. Durante décadas assumiu-se que a causa de morte seria cancro da próstata mas, quando há cerca de dois anos atrás, o motorista e guarda-costas de Neruda (Manuel Araya) começou a descrever as suas memórias sobre os últimos dias do empregador, nasceu uma nova versão: o regime de Pinochet terá eliminado o poeta com o objectivo de evitar que este pudesse vir a tornar-se uma reconhecida voz de discórdia, já que Neruda era um político de esquerda, diplomata e amigo do Presidente Salvador Allende, que preferiu o suicídio à rendição a Pinochet no golpe de 1973.

De acordo com Araya, enquanto Neruda se preparava para o exílio no México, médicos injectaram-lhe uma substância, após o que a sua saúde sofreu uma deterioração drástica. No dia após a morte do poeta, o jornal El Mercurio referiu esta mesma injecção. 

Laboratórios de renome da Índia, Suiça, Alemanha, Estados Unidos e Suécia já se ofereceram para realizar o trabalho de laboratório sem gratificação monetária. No entanto, estando exposto a elementos como água e elevada salinidade, já que o corpo se encontra enterrado na casa de Neruda, junto ao mar, estes poderão tornar os resultados das análises inviáveis e arrastar a investigação durante meses. 

A Fundação Pablo Neruda, responsável por gerir o seu património já se manifestou contra a exumação do corpo do poeta, alegando que a teoria de Araya não é viável e não parece lógico criar uma nova versão da morte de Neruda apenas com base nas opiniões do seu motorista. 


Fonte: The Guardian


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