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1 Inferno | Opinião

Inferno marca o regresso de Robert Langdon, o famoso simbologista de Harvard que protagonizou O Código Da Vinci, Anjos e Demónios e O Símbolo Perdido. Este novo romance é passado em Itália e tem ecos do clássico da literatura A Divina Comédia, de Dante Alighieri, a que vai buscar o título de uma das partes, o Inferno.
Em declarações difundidas pelo editor internacional, Dan Brown confessa que embora tenha estudado o Inferno de Dante, apenas recentemente, enquanto pesquisava em Florença, se deu conta do peso da influência do poeta florentino no mundo moderno: «com este novo romance, quero levar os leitores a mergulharem numa viagem neste mundo misterioso… uma paisagem de códigos, símbolos e muitas passagens secretas».


Autor: Dan Brown
Editor: Bertrand Editora (10 Julho, 2013)
Páginas: 528
Original: Inferno (Maio, 2013)



A ideia de escrever «Inferno» tem mais de uma década mas Dan Brown optou por adiar este projecto porque não queria colocar novamente o herói de «O Código Da Vinci» e «Anjos e Demónios» em Itália. Assim, no terceiro livro, «O Símbolo Perdido», Robert Langdon é atraído até Washington D. C. para desvendar diversas pistas relacionadas com a Maçonaria.

Em «Inferno» o famoso simbologista acorda no hospital com um caso grave de amnésia. Além do ferimento provocado por alvejamento, Langdon possui um estranho objecto relacionado com o «Inferno» de Dante. Com o auxílio de uma médica, Robert Langdon propõe-se a descobrir o que aconteceu nos últimos dois dias da sua vida, dos quais não tem memória. Para tal, o simbologista começa a seguir diversas pistas relacionadas com o poema de Dante, deixadas por um engenheiro genético obcecado com o excesso populacional e com Dante, ameaçando soltar uma praga que assole a população. Perseguido pela polícia, por uma empresa de segurança privada e um assassino profissional, Langdon embarca mais uma vez numa aventura que promete...

No novo livro, Brown levanta questões acerca do excessivo crescimento populacional e sobre a oposição católica quanto ao controlo de natalidade. Em Portugal podemos contar com a versão inglesa a partir de dia 15 de Maio e com a tradução a 10 de Julho (Bertrand Editora). 

O autor está actualmente a trabalhar num novo livro, sobre o qual nada revela. Nos seus arquivos, afirma possuir cerca de uma dúzia de ideias para outros livros com Langdon que variam desde sinopses de 10 páginas até apenas um parágrafo ou um mero título. Brown não tem dúvidas que este livro será adaptado ao cinema, mas primeiro há que concluir a versão cinematográfica de «O Símbolo Perdido».

opinião
✩✩
Inferno leva-nos em mais uma misteriosa jornada com Robert Langdon, desta vez para impedir a propagação de uma peste que poderá significar o fim da humanidade. Centrando a sua atenção especialmente na fantástica obra de Dante Alighieri, A Divina Comédia, arte, história e ciência unem-se para oferecer a Langdon as peças que ele tão desesperadamente precisa para compor este intrigante puzzle.


Segui com bastante interesse todos os desenvolvimentos do livro, muito satisfeita com o ritmo a que flui. A razoável quantidade de acção é complementada com uma boa dose de teoria e descrições que não chegam a tornar a leitura enfadonha como, infelizmente, acontece muitas vezes neste tipo e livro. Além disso, Dan Brown levanta algumas questões éticas/morais que tornam o livro ainda mais interessante.

No entanto, sinto que Inferno é um daqueles livros em que, enquanto estou a ler, sigo todos os desenvolvimentos com muito interesse mas que quando termino e olho para o trabalho como um todo acabo por não ver nada de excepcional. No fim de contas, A Divina Comédia só está presente porque era o trabalho de eleição do vilão do livro, não porque 'exista' genuína implicação. Não vejo sentido em este mesmo vilão ter deixado pistas. Além disso, olhando para trás e analisando algumas das escolhas/acções das personagens, muitas delas não fazem grande sentido, serviram apenas para nos manipular em determinada direcção. Também me incomodou que Sienna, com um QI tão elevado, fizesse perguntas tão básicas...Mas o pior, e confesso que é por isso que estou 'ligeiramente' enfurecida com este livro, é a fundamentação científica: noções erradas, trocadas ou simplificações graves que nos deixam na dúvida se Brown terá sequer percebido o que estava a tentar transmitir mas quis apenas abreviar. Nota-se que para o autor não são claras as noções de vector, de ciclos lítico/lisogénico, código genético, manipulação genética, alterações somáticas vs alterações germinativas... E claro...aquele aparelho de PCR só pode ser mágico!

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