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0 O Deus das Moscas (William Golding)


Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura 
3º Ciclo 


«"O Deus das Moscas" é um dos mais perturbadores e aclamados romances da atualidade. Um avião despenha-se numa ilha deserta, e os únicos sobreviventes são um grupo de rapazes. Inicialmente, desfrutando da liberdade total e festejando a ausência de adultos, unem forças, cooperando na procura de alimentos, na construção de abrigos e na manutenção de sinais de fogo. Porém, à medida que o frágil sentido de ordem dos jovens começa a fraquejar, também os seus medos começam a tomar sinistras e primitivas formas. De repente, o mundo dos jogos, dos trabalhos de casa e dos livros de aventuras perde-se no tempo. Agora, os rapazes confrontam-se com uma realidade muito mais urgente – a sobrevivência – e com o aparecimento de um ser terrível que lhes assombra os sonhos.»

Editora: Bis (2011)
Páginas: 240
Título Original: Lord Of The Flies (1954)
Cotação:


A Minha Opinião:
«O Deus das Moscas» não é nada sem o seu duplo sentido!

Os únicos sobreviventes de um acidente de avião são crianças. Confinadas a uma ilha deserta, sem nenhum adulto que as oriente, estas crianças vão-se tornando cada vez mais hostis e inconstantes. O seu lado selvagem e agressivo desponta, à medida que se vêem cara a cara com a necessidade de sobreviver...e é esta faceta primitiva, baseada no instinto, que as transforma e leva a cometer actos hediondos...é nesta faceta primitiva que William Goldin espelha o comportamento da Humanidade. 

Em «O Deus das Moscas» observamos a criação dos primórdios de uma civilização. Conforme as suas idades e capacidades, as crianças estabelecem uma espécie de hierarquia onde os mais fortes dominam os mais fracos. Onde o egoísmo e a inveja começam a espalhar os seus odiosos malefícios. E a ganância pelo poder culmina na destruição do pouco que tinham conseguido construir até ali. 

Golding mostra-nos que as crianças não estão assim tão longe das crianças. Que pode existir maldade na inocência...E o quão sórdidos são os nossos instintos mais básicos. 

De forma brutal e sombria, vemos estas crianças transformarem-se e perderem-se dentro de si mesmas. É extraordinária a forma como Golding nos envolve na sua história, nos leva a fazer paralelismos, a extrair conjecturas por nós próprios e acabar por tirar um sentido muito profundo de um livro que, à partida, não faz sentido algum. 

Quantas vezes já vimos acontecer em larga escala o que Golding retrata neste pequeno microcosmos de uma ilha isolada?! Quantas civilizações foram erigidas e ruíram no nosso percurso histórico?... Magnífico!


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