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2 Queimada Viva (Souad)

~ Queimada Viva

Sinopse
«Souad tinha dezassete anos e estava apaixonada. Na sua aldeia da Cisjordânia, como em tantas outras, o amor antes do casamento era sinónimo de morte. Tendo ficado grávida, um cunhado é encarregado de executar a sentença: regá- -la com gasolina e chegar-lhe fogo. Terrivelmente queimada, Souad sobrevive por milagre. No hospital, para onde a levam e onde se recusam a tratá-la, a própria mãe tenta assassiná-la. 
Hoje, muitos anos depois, Souad decide falar em nome das mulheres que, por motivos idênticos aos seus, ainda arriscam a vida. Para o fazer, para contar ao mundo a barbaridade desta prática, ela corre diariamente sérios perigos, uma vez que o “atentado” à honra da sua família é um “crime” que ainda não prescreveu.»

Autor: "Souad" 
Editor: Edições Asa http://www.asa.pt/home.php - 2004 
N.º de Páginas: 192 
Título Original: Burned Alive 
Cotação: 


A Minha Opinião:
Queimada Viva relata a história chocante e revoltante de Souad, vítima de uma crueldade atroz perpetrada pela própria família. 

No meio de toda a sua agonia e dor, Souad mostra-nos a triste realidade que se vivência aina em algumas partes do planeta. Lugares onde não há espaço para o amor e onde tudo se faz em nome da "moral", onde as mulheres assumem papéis de pouca relevância e onde a violência praticada contra elas sai impune. 

Apesar de pequeno, Queimada Viva é uma leitura difícil, tanto pelo conteúdo como pela narrativa arrastada em algumas partes. Este livro tem sido, contudo, muito criticado por se pensar que a história de Souad possa ser apenas ficção. Os argumentos que desacreditam o livro Queimada Viva são: 

        · Souad relata o infanticídio cometido pela mãe, contudo, se este comportamento fosse normal e tão natural quanto ela alega haveria indícios de tal nas estatísticas da população. Não existe nenhum desequilíbrio relativamente à percentagem homens/mulheres e esta proporção é semelhante à encontrada em Espanha, França e Austrália; 

        · Souad diz que as pessoas da sua terra tinham controlo sobre o sistema legal quando afirma que são os homens que decidem as leis na sua terra. Não existe uma legislatura em função em West Bank, têm que se submeter às leis da Jordânia e Israel; 

        · No livro, também os detalhes relativos à vida provada são imprecisos: Souad diz que as mulheres tiram apenas os pêlos da zona púbica e de mais nenhum lugar e que tal é feito como um ritual antes do casamento, o que está incorreto. As mulheres árabes depilam-se nas pernas, axilas, zona púbica e barriga, além de que isto não é realizado apenas antes do casamento mas sim na puberdade. 

      · Nos EUA a percentagem de queimaduras no corpo de Souad era de 90% e na versão Britânica constatava que o seu filho tinha nascido três meses prematuro. Estes valores foram depois alterados depois das pessoas começarem a comentar: a percentagem de queimaduras passou para 60% e depois para 70%. O nascimento do filho de Souad passou a ser aos 7 meses. Souad afirma que o seu filho não recebeu nenhuns cuidados, pelo que seria impossível que sobrevivesse sozinho, apenas com 7 (ou 6) meses de idade sem quaisquer cuidados. Relativamente às queimaduras, sendo elas de 60% (ou 70%...) era impossível que Souad sobrevivesse sem cuidados intensivos, como ela afirma ter feito.

2 comentários:

  1. Eu li esse livro e adorei; e até pode haver coisas que batem certo NESTA história, mas não tenho dificuldade em acreditar que histórias destas são muito reais. E apesar de ter apreciado a tua review, tenho de contestar algumas coisinhas...

    "As mulheres árabes depilam-se nas pernas, axilas, zona púbica e barriga, além de que isto não é realizado apenas antes do casamento mas sim na puberdade. ."
    Ela não é/era árabe, mas da Cisjordânia. E de uma aldeia remota. As tradições variam de região para região. E muitas mulheres lá casam-se antes mesmo de chegar à puberdade, então alguém me explique como é que é possível. A maioria casa-se DURANTE a puberdade, então sim, elas fazem isso antes do casamento.

    "Souad relata o infanticídio cometido pela mãe, contudo, se este comportamento fosse normal e tão natural quanto ela alega haveria indícios de tal nas estatísticas da população. Não existe nenhum desequilíbrio relativamente à percentagem homens/mulheres e esta proporção é semelhante à encontrada em Espanha, França e Austrália; "
    Claro que sim, claro que as mulheres nesses países muçulmanos têm todas acesso a hospitais onde podem fazer o registo das crianças. E claro que se preocupam em relatar os nascimentos às entidades oficiais porque se preocupam mesmo muito com a taxa de natalidade. A razão porque esses países têm uma taxa de natalidade elevada é por causa da poligamia e do elevado número de filhos que as mulheres têm lá.

    Já a última parte, já conhecia esse argumento. E como os dados não são claros, escolho não tomar uma posição.

    De qualquer dos modos, o livro pode servir como um alerta para o mundo ocidental. Mesmo que, como eu já disse, ESTA história em particular possa não ser verdadeira, eu não tenho as menores dúvidas de que há muitas histórias iguais que são reais. (E escolho acreditar que esta também é).

    Parabéns pela review. :)

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  2. Felicito ela por ser uma mulher que sofre ou sofreu por amor.

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