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0 O Autor - Júlio Dinis


Joaquim Guilherme Gomes Coelho (1839 - 1871) nasceu e faleceu no Porto, sem chegar a completar os 33 anos de vida, vítima de tuberculose, que já tinha levado a vida de sua mãe e de todos os seus 8 irmãos. 


De todos os seus trabalhos literários, são os romances, escritos sob pseudónimo de Júlio Dinis, que se destacam.



Órfão de mãe, Júlio Dinis teve uma educação esmerada - antes de frequentar as aulas dos cursos públicos do Liceu e da Academia, teve lições em casa de latim com o padre José Henrique de Oliveira Martins, de francês com o seu irmão mais velho José Joaquim que faleceu após a licenciatura em Engenharia, também vítima de tuberculose, e ainda de inglês com o professor José de Morais Júnior. Esta educação em língua inglesa, também por influência da mãe que tinha ascendência irlandesa, permitiu-lhe acesso direto à literatura inglesa sem ficar condicionado ao que chegava a Portugal já filtrado. 


Aos 14 anos inscreve-se na Academia Politécnica do Porto onde segue cursos que lhe permitem a matrícula na Escola Médico-Cirúrgica do Porto onde concluiu o curso com distinção em 1861 com uma tese que satisfez as exigências do júri e que, mais tarde, viria o seu valor reconhecido pelo próprio Egas Moniz, prémio Nobel da Medicina. 

Trabalhou como assistente na Escola Médica e chegou a ser docente na mesma. Simultaneamente outras atividades preenchiam os seus dias - aos 15 anos pertencia ao grupo de teatro amador para o qual escrevia peças. Também se entregou à poesia, sendo estas publicadas na revista A Grinalda

A sua debilitada saúde levou-o a procurar ares mais saudáveis, partindo para Ovar onde passou uma temporada em casa de familiares, descobrindo os encantos da vida rural - componente integrante dos seus romances. 

Quando regressa ao Porto, assina no Jornal do Porto as Cartas a Cecília sob o pseudónimo de Diana Aveleda, revestindo-se da mentalidade feminina da época. O romance As Pupilas do Senhor Reitor foi publicado em folhetim no Jornal do Porto em 1866, traduzindo-se num sucesso, sem que os próprios familiares tivessem conhecimento sobre o mesmo. O pai surpreendeu o autor a rever as provas do romance, preparando a sua publicação em volume. A obra foi adaptada ao teatro estreando no Teatro da Trindade.


Uma Família de Ingleses surge em 1867 publicada também em folhetim, no Jornal do Porto, sendo mais tarde publicado em volume com o título Uma Família Inglesa. A Morgadinha dos Canaviais surge em livro em 1868.

Numa nova tentativa para combater a doença, Júlio Dinis parte para a Madeira iniciando, no Funchal, Os Fidalgos da Casa Mourisca - o seu último romance.

Com 32 anos, morre Júlio Dinis. Neste mesmo ano é publicado o romance Os Fidalgos da Casa Mourisca.

Júlio Dinis encontra-se entre o final do Romantismo e o início do Realismo, deixando-nos enredos simples nos quais se dedica à perseguição da verdade, ao tratamento dos problemas familiares e do quotidiano. 

"Com o amor dá-se o mesmo que com o vinho. Perdoem-me as leitoras o pouco delicado da confrontação; mas bem vêem que ambos embriagam." (~Júlio Dinis)
"O amor é um som que reclama um eco." (~Júlio Dinis) 
"Quando se não chora, parece que as lágrimas nos caem todas cá dentro e queimam; e o padecimento é então de morte." (~Júlio Dinis)

Obras:

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